História Pessoal
“Frank Black” é um dos pseudônimos de Charles Michael Kittridge Thompson IV, um (quase?) antropólogo americano nascido em Boston na década de 1960. Buscas na rede, a Wikipédia e outras fontes vão naturalmente destacar a sua ocupação de músico e compositor em detrimento da formação científica.
Porque Frank foi compositor e vocalista de quase todas as faixas marcantes dos Pixies, um dos grupos mais influentes da década de 1990. Assim como dizem do Velvet Underground (grupo dos lendários Lou Reed e Andy Warhol), os Pixies não foram ouvidos por muitos mas quase todos os que os ouviram formaram suas próprias bandas.
Estou entre os poucos que ouviram Pixies e não tentaram tocar em banda nenhuma. Nunca toquei nem cantei, aliás, mas fui daqueles adolescentes que sentiram o movimento das partículas subatômicas da carcacinha púbere se sincronizar com o som de discos reveladores, alucinógenos, “definitivos” etc. Alguns deles eram dos Pixies, grupo obscuro até entre aqueles que entendiam bem suas letras, e ao qual escutar era uma extravagância numa cidadezinha perdida.
Em retrospectiva, foi provavelmente por causa dessa simbiose que não me impressionei tanto, em 92 ou 93, quando Nevermind do Nirvana chegou por lá. Lembro-me de um amigo, com quem trocava gravações em cassette, anunciar que tinha sido lançado algo que mudaria tudo, que monopolizaria nossos decks (talvez ele estivesse se referindo a Ten, do Pearl Jam, mas será difícil confirmar).
Como fosse, sinto certo orgulho em assegurar (e aqui não há controvérsia mnemônica) que Smells Like Teen Spirit, a supostamente catártica faixa de abertura de Nevermind, soou-me a notícia velha porque Dead, dos Pixies, já era parte do meu repertório afetivo. Depois vim a saber que Kurt Cobain, trágico líder do Nirvana, havia trabalhado deliberadamente nesse sentido. Ele disse, em entrevista de 94 à Rolling Stone:
Eu estava tentando compor a canção pop definitiva. Estava basicamente tentando imitar os Pixies. Tenho que admitir [sorri]. Quando ouvi os Pixies pela primeira vez, me conectei com aquela banda tão profundamente que tinha que estar naquela banda - ou pelo menos numa banda cover dos Pixies. Nós usamos seu senso de dinâmica, ser suave e baixo e depois alto e pesado.
A influência do antropólogo de Massachusetts, porém, vai muito além desse vanguardismo estético noventista. Pelo menos no meu caso.
Especulei que adotar as alcunhas “Black Francis” ou “Frank Black”, simples, curtas, comuns, seria uma reação a pais muito orgulhosos de origens endinheiradas ou cafonas demais (aquilo lá no segundo parágrafo é o nome de batismo do sujeito, inclusive o "quarto" romano). Mas parece que não era o caso.
Os pais de Frank divorciaram-se ainda jovens, houve novos casamentos, e ele não dispunha dos privilégios dinásticos que imaginei. Em razão dos distintos relacionamentos dos pais, morou em lugares diferentes ao longo da juventude, mas se formou (ao que tudo indica) na prestigiada Universidade de Massachusetts, onde conheceu o guitarrista Joey Santiago. Vim a saber ainda que “Black Francis” pode ter sido sugerido pelo próprio pai de Charles na época da formação da banda.
A universidade foi aliás homenageada na faixa U-Mass, com letras típicas dele: referências a lugares, às vezes irônicas, laconismo, esquisitices divertidas e, principalmente, uma “antigravidade”, o tom característico de quem consegue transparecer que não se leva muito a sério, bem utilizado nesse caso para debochar do intelectualismo politizado e meio esnobe dos universitários:
We got ideas
To us that's dear
Like capitalism
Like communism
Like lots of things
You’ve heard about
And redneckers
They get us pissed
And stupid stuff
It makes us shout
Àquela altura eu enxergava o grupo como um monolito, sem nem saber os nomes dos integrantes. Mas vários anos depois do fim da banda, de Ten e de Smells Like Teen Spirit, num CD-ROM cheio de amostras de programas, encontrei umas oito ou dez faixas em MP3, amostra grátis do site mp3.com, espécie de pioneiro da comercialização de música em formato digital.
O material era surpreendentemente interessante, e uma faixa em especial, I Switched You, de um grupo com nome comprido e estranho, captou meus ouvidos, a ponto de às vezes me pegar cantarolando-a na cabeça quando não tinha acesso ao computador. À força do arranjo se somou a familiaridade da voz, que um dia, de estalo, finalmente identifiquei: é o cara dos Pixies!
Black Francis adotou o codinome Frank Black no início de sua carreira desvinculada do grupo que o consagrou. No disco Pistolero, de “Frank Black and The Catholics”, encontrei, além de “I Switched You”, diversas faixas que passei a ouvir compulsivamente. Anedota: Frank Black se vangloria de haver disponibilizado, em 97, o álbum de estreia dos Catholics no portal eMusic, que seria o primeiro disco da história oferecido legalmente via download.
Frank voa de gravata e parte ao meio,com uma motosserra, a maior aspirina do mundo
Numa época em que ainda não usava a internet (discada) de forma tão constante e sistemática, aquele achado me pareceu um acaso fabuloso. A pequena obsessão por Pistolero foi acompanhada de um interesse renovado em tudo mais que envolvia Frank Black, a começar, é claro, pelos Pixies, cujos álbuns comprei em CD, embora já fosse entusiasta da incipiente música digital. Recorri às quase falecidas locadoras de discos para fazer cópias dos títulos que não tinha e das coletâneas de lados B. Principalmente, passei a prestar atenção às letras e foi então que conheci de fato o mundo fantástico de Frank Black.
Há uma clara continuidade entre o seu estilo enquanto letrista dos Pixies e boa parte da carreira solo. Frank Black muitas vezes lembra um blogueiro displicente, escrevendo letras subjetivistas, caprichosas, quase preguiçosas. Por mais que os temas sejam imprevisíveis e inusitados, porém, ele nunca cai no hermetismo ou na acumulação de palavras soltas - há sempre alguma narrativa, descrição ou anedota em suas letras.
A ideia de haver descoberto Frank Black - embora já o ouvisse como Black Francis, vocalista dos Pixies, desde o início da adolescência - desengatilhou em mim uma compulsão discográfica com relação ao sujeito. Não me lembro em que ordem passei a escrutinar os seus rastros, se antes esgotei os discos dos Pixies, se voltei a eles depois de não encontrar todo o material mais recente. Provavelmente as duas coisas em paralelo.
Era uma época de transição tecnológica, meio anfíbia. Certos audiófilos faziam pouco caso do MP3, enquanto a maioria baixava música nesse formato sem constrangimentos, muitas vezes para depois gravá-los novamente em CDs. Provavelmente encontrei os discos mais conhecidos de Frank Black and the Catholics por meio do Audiogalaxy (um fenômeno fabuloso, talvez a maior rede de compartilhamento semilegal de conteúdo musical da história, ativa de 98 a 2002).
Eu queria era ouvir tudo. Comprava todos os discos dos Pixies que encontrava, numa espécie de tributo, e como forma de assegurar registros “legítimos” do que me parecia um marco cultural. Achava os arquivos MP3 geniais, organizava, conferia e desfrutava do meu modesto acervo como um efetivo tesouro. Por outro lado, ainda enxergava uma intencional integridade no disco/álbum: muitas vezes, reunia os arquivos respectivos, verificava a qualidade, punha-os em sequência, gravava-os com os maiores cuidados possíveis e, em sites especializados, encontrava a capa, o verso, o encarte (e até a gravura do disco em si, que nunca tive como imprimir) de forma a emular a posse material dos CDs do herói da vez: Frank Black àquela altura.
O Mundo Imprevisível de Black Francis
No disco Surfer Rosa, de 1988, que contém os hits Where Is My Mind? e Gigantic (escrita pela Kim Deal), as aulas de história sobre as primeiras civilizações vêm à mente quando Frank canta sobre rodar pela Faixa de Gaza, engasgar-se com a água do Mar Morto e montar um tigre Rio Eufrates abaixo depois de ficar sem gasolina (River Euphrates).
Doolittle, de 89, talvez o álbum mais possante da banda, é aberto por Debaser, uma homenagem brincalhona ao Cão Andaluz, de Luís Buñuel, e traz, entre muitas pérolas, Monkey Gone to Heaven, que consegue reunir mitologia grega, denúncia ambiental, ascensão divina e/ou exploração espacial e numerologia cabalística. Em entrevista, Frank Black esclareceu que o estilo aparentemente aleatório de Buñuel em Un Chien Andalou, com toques de nonsense, o influenciou.
No também genial Bossanova, de 1990, a faixa The Happening reúne vários dos melhores elementos de suas letras: relatos de viagens de carro, com descobertas e epifanias via rádio pelo caminho, homenagens a lugares, ufologia, referências culturais obscuras e outras cultas. O “rancho que chamam de nº 51” acena para Roswell, mas os alienígenas pousam à vista de todos, na Strip de Las Vegas, são simpáticos e cumprimentam os locais. Na rádio AM, Billy Goodman, autor de The Billy Goodman Happening (uma espécie de homenagem à narração de Guerra dos Mundos por Orson Welles), entrevista os visitantes, o que é discutido vivamente no espectro radioamador. Esta última parte, que inclui menção às inundações-relâmpago comuns em algumas regiões dos EUA, é declamada em 14 versos (homenagem aos sonetos de Shakespeare) fora da harmonia das estrofes da canção. Nos últimos versos, o narrador conjectura: Já estou quase em Las Vegas, onde estão fazendo uma exibição / Eles vieram de tão longe, eu já vivi até agora / Tenho que ir pelo pelo menos dar um oi. Este "soneto" foi também gravado como uma faixa B à parte, The Thing.
Certamente um dos piores clipes da história
No disco Trompe le Monde, de 1991, que contém U-Mass e a belíssima (ainda que "suja") Letter to Memphis, a panóplia de temas e referências parece atingir seu pico, pelo menos no período dos Pixies. Alec Eiffel fala do "pioneiro da aerodinâmica", Gustave Alexandre Eiffel, arquiteto da torre, Planet of Sound tem menções à exploração de Marte, The Sad Punk destila nostalgia dos dinossauros extintos pelo meteoro que viraram petróleo, Palace of The Brine discute os Kikos Marinhos e o Pavilhão Saltair de Salt Lake City. Com seu título lírico, Bird Dream of the Olympus Mons é sobre a montanha mais alta do sistema, o Monte Olimpo, de Marte.
Space (I Believe In) gira em torno de Jefrey, escrito com um F só, introduz a fórmula “D é igual a R vezes T” e, antes das últimas estrofes, Frank avisa que vai “cantar o tema do Perry Mason”. Subbacultcha ironiza “tribos” urbanas como a dos góticos. Distance Equals Rate Times Time retoma a fórmula mencionada em outra faixa, mas o título não parece ter muito a ver com a letra, que fala sobre a câmera colorida a bordo da Apollo 12 que acabou sendo queimada quando apontada acidentalmente para o sol. A empolgante Lovely Day canta a saudade de alguém que foi para Marte e se lembra de uma mulher de vestido vermelho, que remete a um campo de papoulas e alucina o narrador apaixonado. Motorway to Roswell lamenta uma tentativa frustrada de pouso de um alienígena no Novo México em 1947. Finalmente, The Navajo Know fala de moicanos que trabalhavam na construção de estradas, substituídos por navajos para fins de rima.
Em razão da dificuldade de encontrá-los e da frequência com que eram lançados, não consegui acompanhar todos os discos de Frank Black. Entre 1993 e 2011, foram pelo menos 19 álbuns.
Quase sempre que desenvolvi um interesse intenso sobre algo, o material disponível se esgotou antes de minha obsessão. Frank Black escreveu mais músicas do que consegui escutar, o que talvez contribua para o meu fascínio pelo autor, meio obeso e aparentemente trabalhador frenético.
Frank realiza o sonho de pilotar um aerobarco
Entre os temas, anedotas, palavras, tributos ou ideias em geral com que tomei contato por meio da obra de Frank Black (incluindo algumas letras do primeiro período dos Pixies e regravações de composições alheias), indico:
1. A controvérsia acerca da ortoépia de “Los Angeles”
3. “Brackish”, equivalente a “salobra”, numa faixa sobre um sujeito mexicano-norueguês-americano
4. “Pong”, o nome do primeiro videogame comercial da história (que eu por acaso jogava no console original, Telejogo, sem conhecer a origem nem o nome)
5. O catastrófico rompimento da barragem de St. Francis
6. O engenheiro William Mulholland e o aqueduto de Los Angeles
7. A talassocracia dos próprios oceanos
8. O marsista, que depois da longa viagem ao planeta vermelho, não ficou com pressa de voltar e desenvolveu fixação por beijar a face
9. Yin e Yang, que se conheceram e tiveram um Yong
10. A pré-história da Califórnia, com ossadas do “povo do milho” e o vale de piche (la brea) onde hoje é Los Angeles
11. O futuro da Califórnia, que vai se tornar o Calistão
12. O videogame Narc e seu contagiante tema musical
13. O matemático John von Neumann
14. Telstar, dos primeiros satélites de comunicação
15. Máquinas de ruído branco
16. Camarões imigrantes da Luisiana
17. Relato em primeira mão da visão da face na superfície de Marte
18. O Massif central da França (cujo nome faz lembrar o nosso Planalto Central).
Em certo ponto, a sua produção se torna tão caprichosa e copiosa que eu, interessado em jazz, Alain Bashung e outras coisas, deixo de acompanhá-la sistematicamente. Só posso oferecer um palpite, mas, enquanto os primeiros discos (sobretudo enquanto Frank Black tout court, sem os católicos) registravam uma expansão temática com relação aos Pixies (ao mesmo tempo em que preservavam certa continuidade estética), lançamentos posteriores apontam uma clara guinada musical.
Baladas, jam sessions “sujas”, country e narrativas parecem suceder-se ao talante do humor de Frank Black, deriva talvez potencializada pelo barateamento dos trabalhos de produção com o avanço da informática.
Em 2004 ele parece sinalizar o pico dessa onda ao publicar um disco duplo com um título transicional, "Frank Black Francis", cheio de demos pré-Pixies e regravações da antiga banda em sua voz madura, como se prenunciasse ou convidasse para uma reunião do grupo.
Os Pixies voltaram a tocar juntos, sem compor novos discos, enquanto Frank Black Francis se ocupava com trabalhos peculiares como Svn Fingers, com faixas narradas por Cú Chulainn, herói da mitologia irlandesa, e The Golem, trilha sonora para o filme homônimo, lançado em 1920.
É de se cogitar que o espírito criativo de Frank já estivesse oscilando de volta aos Pixies, que fizeram longas turnês ao estilo “revival” até que Kim Deal resolveu deixá-los e, com uma nova integrante, a banda passou a lançar discos de inéditas. Exorcizado de suas dezenas de letras malucas (muitos de seus discos têm mais de 12 faixas), e satisfeito após gravar todo tipo de barulho que lhe vinha à mente, vai ver Frank Black sentia falta de um projeto mais coletivo e prolongado.
Quando os Pixies publicaram Indie Cindy (2014), Head Carrier (2016) e Beneath the Eyrie (2019), Frank voltou a assinar os discos como “Black Francis”, atando de forma quase simétrica o círculo de sua carreira prolixa.
Legado Íntimo
Tudo isso pode parecer nada demais para alguns - o esforço de qualquer um de colecionar os temas mais aleatórios e desconexos que lhe viessem à mente resultaria num mosaico parecido. Se é óbvio ainda, esclareço: esses temas e ideias despertam interesse por estarem embutidos em músicas empolgantes, marcantes, contagiantes, bonitas ou pelo menos cheias de energia. Longe de uma enciclopédia excêntrica, a discografia de Frank Black é como boa filosofia de boteco, fluida, variável, imprevisível, fascinante (com ou sem bebida).
Passada minha obsessão universitária, continuei a acompanhar com curiosidade, ainda que um pouco mais distante, o seu trabalho. Certa vez cantarolei na cama, para uma anglófona, “Is she weird, is she white, is she promised to the night?”, sem que ela suspeitasse do que se tratava. Desfrutei “Honeycomb” faixa a faixa, como obra sequencial, um disco belíssimo e exemplificativo do mosaico temático e estilístico de Frank. Em 2013, junto com Reid Paley (outro que conheci pelo mesmo CD de amostras da mp3.com), lançou um disco peculiar e a faixa Seal acabou ficando fortemente associada a minha primeira viagem aos EUA. Já em 2016, aprendi o conceito de “cefalóforo” com a letra da divertida Plaster of Paris.
Mesmo depois de vir a conhecer um pouco melhor sua história de vida (e a origem do seu nome), continuei a enxergar Frank como um aristocrata, não em razão de títulos ou riqueza, mas pela capacidade de flutuar sobre todos os temas compondo versos engraçados, registrando eventos dos mais variados, aparentemente sem preocupação com quantos discos venderia. Alguém que navega pelo mundo como um herdeiro trilhardário não calcula a todo o tempo o impacto financeiro ou prático de seus caprichos. Frank Black escrevia e cantava com uma casualidade tão ostensiva que o fazia parecer um narrador da manipulação de nós outros, mortais comuns, por titereiros experientes.
Nutro certo orgulho por não escutar sempre as mesmas coisas, quase sempre nem as mesmas do mês anterior. Tenho lá meus heróis, mas não os levo a sério a ponto de vestir camisetas medonhas com estampas em homenagem a eles, fazer sinaizinhos diabólicos com os dedos nem apresentar às crianças seus discos velhos como obras insuperáveis ou sagradas.
Se me fizessem a cretina pergunta dos discos a serem levados para uma ilha deserta, seria tentado a indicar “Teenager of the Year”. Ou talvez quisesse garantir a possibilidade de revisitar a nostalgia de “Wave of Mutilation” (de “Doolittle”) e “Velouria” (“Bossanova”). Mas acabaria por escolher os discos de Frank Black Francis que não ouvi ou não escutei direito, na esperança de recriar o exercício de descoberta de quando estava na faculdade.
Lembro-me de ler, na biografia de Eric Clapton, que, em momentos de profunda depressão, tranquilizava-o a ideia de que sempre teria sua música consigo. Frank Black talvez tivesse a convicção de que podia enxergar o mundo como um almanaque de curiosidades e temas divertidos, uma enciclopédia sem fim de fatos e conexões inusitadas.
Não tenho a guitarra de Deus para me agarrar nem sei compor canções de rock. Em períodos de angústia, porém, uma ideia provavelmente ajudou a me reconfortar: se Frank Black passa a vida escrevendo dezenas e dezenas de letras irreverentes e amalucadas, não é possível que viver seja tão difícil. “Eu devo estar levando isto a sério demais”, tento pensar.
Uma autobiografia do Frank provavelmente atiçaria mais a minha curiosidade do que qualquer outro texto. Ou talvez eu esteja entendendo tudo errado de novo. Se bobear, se um dia o próprio soubesse deste texto (será que teria paciência para ler inteiro?), acharia engraçadinha a existência de um pequeno tratado sobre suas músicas num estranho dialeto sulamericano. E aí explicaria - como muitas vezes já fez em entrevistas, ao ser perguntado sobre determinadas letras - que tudo que escreveu era pretexto para tocar guitarra e fazer um rock and roll estranho.

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